Em entrevista ao jornal Folha de S.Paulo deste domingo, dia 30, a deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), declarada inelegível pelo Tribunal Regional Eleitoral de São Paulo e prestes a ser condenada pelo Supremo Tribunal Federal, afirmou sentir-se abandonada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
Zambelli relembrou seu apoio a Bolsonaro desde 2013, inicialmente como ativista e depois no Congresso. “Esperava ter algum tipo de retribuição em relação a isso. Ou seja, contar com a amizade dele nesse momento difícil”, desabafou. “Mas acho que não só eu como outras pessoas também perderam a amizade do presidente no momento que precisaram.”
A declaração surge após Bolsonaro afirmar, em um podcast, que a deputada “tirou” seu mandato devido ao episódio em que sacou uma arma e perseguiu um opositor em São Paulo na véspera do segundo turno de 2022. O STF já formou maioria para condená-la a 5 anos e 3 meses de prisão por porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal, mas o julgamento foi adiado por um pedido de vista do ministro Kassio Nunes Marques.
Zambelli reconheceu que o episódio prejudicou Bolsonaro, mas não foi decisiva para o resultado. “É um peso bastante grande ter ouvido aquilo”, afirmou, revelando que enfrenta depressão desde então.
Na última terça-feira, dia 25, o TRE-SP confirmou a cassação de seu mandato por abuso de poder político e uso indevido dos meios de comunicação. Apesar da decisão, Zambelli mantém o cargo enquanto recorre ao TSE.