Periquito cara-suja volta a se reproduzir no CE após 114 anos

Três filhotes nasceram na Reserva Serra das Almas após mais de um século sem registros reprodutivos da espécie na região
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Foto: reprodução

Três filhotes de periquito cara-suja nasceram na Serra das Almas após 114 anos. Projeto de reintrodução é liderado pelo Parque Arvorar em parceria com ONGs. Espécie foi reclassificada de “criticamente em perigo” para “em perigo”. Ações incluem monitoramento, alimentação e acompanhamento reprodutivo.

Após 114 anos sem registros de reprodução na região, três filhotes de periquito cara-suja (Pyrrhura griseipectus) nasceram na Reserva Natural Serra das Almas (RNSA), localizada no Planalto da Ibiapaba, entre os municípios de Crateús (CE) e Buriti dos Montes (PI). O nascimento é resultado do projeto Refaunar Arvorar, desenvolvido pelo Parque Arvorar em parceria com as ONGs Aquasis e Associação Caatinga, com apoio do Ibama.

A fêmea responsável pelos ovos foi resgatada em setembro de 2024 e passou por reabilitação antes de ser liberada na RNSA em dezembro. Ela colocou seis ovos férteis, dos quais três já eclodiram. “O nascimento simboliza o início de um novo ciclo de vida para a espécie no seu habitat original”, declarou Leanne Soares, gerente do Parque Arvorar.

O periquito cara-suja esteve extinto em várias regiões do Nordeste e, até 2017, era classificado como “criticamente em perigo” (CR). Com os esforços de conservação, a espécie passou à categoria “em perigo” (EN), com uma população estimada entre 1.500 e 2.000 indivíduos em vida livre. A destruição do habitat e o tráfico de animais continuam sendo os principais fatores de risco.

Segundo Fábio Nunes, gerente do Projeto Cara-suja da Aquasis, a ave exerce importante papel ecológico como dispersora de sementes. Ele destaca que a meta é alcançar diversidade genética semelhante à da população original da Serra de Baturité. O monitoramento inclui alimentação suplementar, observação do comportamento reprodutivo e taxa de sobrevivência.

A reintrodução na RNSA faz parte de um plano de longo prazo. Na Serra da Aratanha, onde houve reintrodução anterior, o projeto está no terceiro ciclo reprodutivo. Mesmo com sinais de adaptação à natureza, o monitoramento pós-soltura continua sendo realizado para garantir a consolidação da população.

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