O cardeal brasileiro dom Aloísio Lorscheider foi eleito Papa no conclave de 1978, mas recusou o cargo ao ser consultado, alegando problemas de saúde. À época, Lorscheider já havia passado por uma cirurgia cardíaca com oito pontes de safena. A informação foi relembrada em 2025 pelo escritor Frei Betto, em artigo publicado em seu site.
Após sua recusa, o conclave elegeu Karol Wojtyła, que assumiu como João Paulo 2º e liderou a Igreja Católica até 2005. O conclave daquele ano havia sido convocado após a morte repentina de João Paulo 1º, que ocupou o posto por apenas 33 dias. Dom Aloísio temia que, por motivos semelhantes de saúde, sua eleição também resultasse em um papado breve.
De acordo com o jornalista americano Tad Szulc, autor da biografia “Papa João Paulo 2º”, Aloísio ajudou a conduzir votos de cardeais latino-americanos e africanos para Wojtyła, diante de um impasse nas votações do conclave.
Dom Aloísio foi arcebispo de Fortaleza e de Aparecida, presidente da CNBB e do Conselho Episcopal Latino-Americano, e foi nomeado cardeal em 1976 pelo papa Paulo 6º. Morreu em 23 de dezembro de 2007, dois anos após João Paulo 2º, aos 83 anos, em Porto Alegre.
No conclave de 2025, o Brasil conta com sete cardeais com direito a voto, incluindo dom Sergio da Rocha, apontado pela imprensa francesa entre os favoritos. Cardeal desde 2016, ele é membro do C9, grupo que assessora o papa Francisco. Em entrevista, afirmou que “o conclave está nas mãos de Deus”.
