Os elementos que convergem para a consagração do Preá, no município de Cruz, próximo a Jericoacoara, no Ceará, como uma preciosidade do kitesurf no mundo inteiro atraíram os olhares de um grupo de 60 investidores que vem concretizando um dos maiores investimentos privados de turismo na história recente do Estado.
Se trata de um megaprojeto turístico composto por um condomínio de luxo, um hotel da bandeira Anantara, o primeiro seis estrelas do Ceará (que será administrado pelo grupo tailandês Minor), e uma espécie de clube (Wind House), sendo esse último composto por 70 unidades.
Juntos, todos esses empreendimentos vão gerar cerca de dois mil empregos na região, sendo 500 ocupações diretas e 1.500 indiretas, incluindo obras e a operação quando estiverem prontos. Para colocar de pé todo o projeto, os investidores do Grupo Carnaúba estão investindo um total de R$ 530 milhões.
Esse valor se divide entre R$ 180 milhões para o Vila Carnaúba, condomínio que abrigará o hotel Anantara e mais R$ 150 milhões no próprio Anantara e nas branded residences (os clientes que quiserem adquirir uma unidade no Vila Carnaúba podem deixar o imóvel sob a administração do Anatara, que de certa forma incorpora a unidade ao seu leque de leitos).
No clube Wind House estão sendo aportados mais R$ 200 milhões. Outros R$ 2 milhões estão sendo investidos em projetos sociais para integração dos empreendimentos do grupo com o ecossistema e a população local, o que inclui projetos de capacitação e preservação ambiental.
O Vila Carnaúba compreende um terreno de 516.000 m², sendo 400 metros de frente-mar. O espaço será preenchido por nove lagos, quadras de beach tênis e outros equipamentos de lazer. A primeira etapa do empreendimento deve ser entregue em meados de julho do ano que vem e conta com 100 lotes, dos quais 74 já foram vendidos. Ao todo, o condomínio possui 200 lotes.
O Valor Geral de Vendas (VGV) do empreendimento gira em torno de R$ 340 milhões, sendo que os lotes custam entre R$ 1 milhão e R$ 8 milhões (os mais caros são mais próximos ao mar). Nas obras estão sendo empregadas diretamente 250 pessoas, todas do município de Cruz, onde fica o Preá, ou de cidades limítrofes.
Próximo ao Vila Carnaúba, mas com uma proposta mais flexível está o Wind House. Em um terreno de 107.000 m², o Grupo Carnaúba vai construir 70 unidades com a proposta de comercialização de títulos que darão ao adquirente o direito de passar um período de até oito semanas por ano no local de forma vitalícia (ou de comercializar esse período quando ele não quiser usufruir).
Dos 700 títulos possíveis no clube, 40 já foram comercializados. Os títulos custam R$ 450 mil – que garante R$ 50 mil em créditos para hospedagem – e R$ 650 mil – que dá direito a R$ 100 mil em créditos no empreendimento.
O projeto está em fase de licenciamento ambiental e as obras devem começar entre agosto e setembro deste ano. “Queremos lançar a primeira fase, que é o primeiro bairro e um apoio ao kite e beach clube, com a parte de alimentos e bebidas, em setembro de 2024”, detalha Alexia Bergallo, diretora de Produto de Impacto do Grupo Carnaúba. Em 2025, o empreendimento deve ser inteiramente lançado.
“O Vila Carnaúba é um tipo de produto que envolve uma decisão relativamente grande. O Wind House é um produto inovador, ele interessa a mesma pessoa que considera o Vila Carnaúba, mas não quer gastar tanto ou não quer o estresse de construir ou manter a casa, mas que quer continuar ficando no Preá por dois meses por ano”, explica Eduardo Juaçaba, diretor de Jurídico e de Relações Governamentais.
Construído também pelo Grupo Carnaúba, o Anantara Preá será o primeiro hotel seis estrelas do Estado, confirmou a Secretaria do Turismo do Ceará. Serão 60 quartos em um espaço de 60 mil metros operados pela tailandesa Minor. A decisão de ter um hotel de luxo dentro do condomínio partiu do Grupo Carnaúba, que entrou em contato com algumas bandeiras. A previsão de início da operação é 2026.
“O Minor já tinha um plano de expansão para a América Latina aprovado no pré-pandemia. Após 19 meses de negociação, conseguimos fechar com essa bandeira tailandesa um contrato de 15 anos”.
A Minor opera 550 hotéis em todo o mundo, sendo no Brasil mais conhecida pela bandeira Tivoli e NH Hotéis. “É legal ter uma bandeira parruda, internacional e que conhece de Brasil. Eles estão aqui há mais de 10 anos, então entendem sistema trabalhista, tributário”, pontua Juaçaba. É o segundo hotel Anantara anunciado no Brasil, sendo que o primeiro, o Anantara Mamucabo, chegou ao conhecimento da imprensa no ano passado e ficará na Bahia.
De acordo com a titular da Secretaria do Turismo do Ceará, Yrwana Albuquerque, o Estado está buscando oferecer condições para uma instalação mais rápida e eficiente dos projetos do grupo, desenvolvendo a atividade turística na região e ressalta que o turismo no Estado se prepara para um novo momento. “Até então, o Estado não conta com nenhuma operação seis estrelas e nenhuma do porte apresentado pela Anantara. A rede é premiada como a mais luxuosa do mundo e a construção deve inaugurar um novo momento na rede hoteleira”.
“A gente está em um destino turístico e todas essas benfeitorias, como a estrada duplicada do Trairi a Itapipoca, fazem com que de fato a gente aqueça a economia local”, arremata a titular da Pasta.