Os cardeais começaram nesta terça-feira, dia 6, o período de isolamento no Vaticano, preparando-se para o conclave que escolherá o novo papa. Eles foram hospedados em duas residências dentro da cidade-estado e, durante todo o processo, permanecerão incomunicáveis com o mundo exterior. O objetivo é garantir total sigilo e concentração na escolha do novo pontífice.
A votação será realizada a partir da tarde de quarta-feira, dia 7, na Capela Sistina, com a participação de todos os cardeais com menos de 80 anos de idade. Ao todo, 133 religiosos têm direito a voto. A expectativa é de um processo cuidadoso, que pode se estender por vários dias, com múltiplas rodadas de votação até que um dos nomes receba ao menos dois terços dos votos.
O Brasil será representado por sete cardeais: Odilo Scherer, João Braz de Aviz, Orani João Tempesta, Leonardo Ulrich Steiner, Sérgio da Rocha, Paulo Cezar Costa e Jaime Spengler. Este último, atual presidente da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), destacou à Globo News a importância do momento. “Que seja o espírito de Deus a nos inspirar nesse momento importante, a fim de que a Igreja possa ter como seu pastor maior alguém de acordo com o coração de Jesus”, afirmou.
Dom Sérgio da Rocha, um dos brasileiros, tem ligação com o Ceará. Ele atuou como bispo auxiliar da Arquidiocese de Fortaleza, entre 2001 e 2007, ao lado de Dom José Antônio Aparecido Tosi Marques.
A sucessão de Francisco, falecido no mês passado, é vista como indefinida. Apesar de alguns nomes serem apontados como possíveis favoritos, muitos cardeais afirmam não ter uma decisão formada, o que amplia a imprevisibilidade do resultado.
O conclave deste ano também chama atenção por sua diversidade. Serão representantes de 70 países — a maior variedade geográfica da história da Igreja em um conclave. Esse perfil reflete uma das marcas do pontificado de Francisco, que deu prioridade à nomeação de cardeais de regiões até então pouco representadas, como Haiti, Mianmar e Sudão do Sul.
Internamente, o futuro papa poderá ser alguém que continue as reformas de Francisco, com foco em uma Igreja mais inclusiva, ou um nome mais conservador, que defenda uma volta às tradições doutrinárias.