Neste mês, o boliviano Erwin Tumiri completou quatro anos de mais um impressionante episódio de sobrevivência. Após escapar do trágico acidente aéreo da Chapecoense em 2016, o técnico de tripulação sobreviveu a outra tragédia em Ivirgarzama, em 2 de março de 2021.
Na época, aos 30 anos, Tumiri estava a bordo de um ônibus que capotou em uma rodovia entre Cochabamba e Santa Cruz de La Sierra, na Bolívia. O veículo despencou de um barranco de 150 metros no quilômetro 72 da estrada interdepartamental, na região conhecida como El Cañadón.
O acidente resultou na morte de 21 dos 52 passageiros. Tumiri, no entanto, sofreu apenas uma lesão no joelho, que exigiu cirurgia, e arranhões leves nas costas.
— O ônibus estava muito rápido. Eu dormia quando acordei com gritos. Segurei firme na poltrona da frente porque sabia que íamos bater. Não soltei até atingirmos o solo — relatou Tumiri à Red Uno.
Segundo ele, que estava no assento 39, conseguiu sair consciente do veículo.
— Rastejei para fora e fui um dos primeiros a sair. Meu joelho estava machucado, mas logo vieram nos resgatar. Acho que fui o primeiro a ser levado para cima. Me sinto abençoado. Sempre agradeço a Deus, e minha mãe me aconselha a confiar Nele — contou ao jornal El Tiempo.
Tumiri foi um dos seis sobreviventes da queda do avião da Chapecoense em 2016, tragédia que abalou o mundo do esporte e vitimou 71 pessoas. A equipe seguia para a Colômbia, onde disputaria a final da Copa Sul-Americana.
Os outros sobreviventes foram os jogadores Jackson Follmann, Neto e Alan Ruschel, o jornalista Rafael Henzel (falecido em 2019, vítima de um infarto) e a tripulante Ximena Suárez.
— Sobrevivi porque segui os protocolos de segurança. Muitas pessoas entraram em pânico e se levantaram dos assentos, mas eu me mantive na posição fetal, com malas entre as pernas, como recomendado — explicou Tumiri ao jornal La Razón.
O voo da Chapecoense partiu de São Paulo para Santa Cruz de La Sierra antes de seguir rumo a Medellín, na Colômbia, em uma aeronave fretada pela companhia boliviana LaMia. Durante a aproximação ao destino, o avião colidiu contra a montanha Cerro El Gordo, a 2.600 metros de altitude.
As investigações da Aeronáutica Civil da Colômbia concluíram que a tragédia foi causada por pane seca, decorrente da falta de combustível suficiente para o trajeto.