O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou neste sábado, dia 10, que aposentados e pensionistas não serão prejudicados por descontos não autorizados de mensalidades associativas na folha de pagamento do INSS. Lula ressaltou que o governo busca investigar o caso com seriedade para responsabilizar os envolvidos, evitando ações precipitadas.
“Você poderia ter feito uma pirotecnia e não ter apurado. Como a gente quer apurar com muita seriedade, tanto a CGU [Controladoria-Geral da União] como a Polícia Federal foram a fundo na exploração para chegar no coração da quadrilha”, declarou o presidente, que falou com a imprensa durante visita oficial à Rússia.
O presidente informou que o esquema de descontos indevidos teria começado em 2019 e envolvia tanto entidades sérias quanto outras criadas com a finalidade de cometer crimes. Lula frisou que os valores desviados pertencem aos beneficiários e que o governo pretende repatriar os recursos e devolver aos lesados.
“O que eu acho mais grave, não foi dinheiro dos cofres públicos. Esse dinheiro estava no bolso do aposentado quando alguém pediu para descontar do salário dele”, disse o presidente, classificando o episódio como um assalto direto aos cidadãos.
Na última quinta-feira (8), o presidente do INSS, Gilberto Waller Júnior, anunciou que os prejudicados serão ressarcidos por valores descontados entre março de 2020 e março de 2025. O processo de notificação dos cerca de 9 milhões de beneficiários terá início na terça-feira (13), por meio do aplicativo Meu INSS e pelo telefone 135. As entidades terão 15 dias úteis para comprovar a autorização dos descontos, sob pena de devolução dos valores ao INSS para ressarcimento.