Em meio aos sons dos monitores e à rotina intensa dos cuidados hospitalares, um gesto simples tem feito toda a diferença na UTI Adulto do Hospital Geral Dr. Waldemar Alcântara (HGWA), unidade da Secretaria Estadual de Saúde (Sesa) em Fortaleza. O projeto “Cuidar é Embelezar” tem transformado o ambiente hospitalar ao promover cuidados com os cabelos das pacientes internadas. Com um olhar afetuoso, a equipe enfeita as pacientes internadas com acessórios de cabelo. A iniciativa, que começou de forma singela, já tem gerado impacto positivo não apenas nas pacientes, mas também em seus familiares, que se emocionam ao reencontrar seus entes queridos bem cuidados.
Luciana Veras, coordenadora de enfermagem da UTI Adulto, explica que a ideia do projeto partiu da equipe de enfermagem que percebeu que, com esse cuidado em especial, estava proporcionado uma melhora na autoestima das pacientes, mesmo em meio à fragilidade da internação.
“No ambiente hospitalar, as intervenções transcendem os cuidados puramente clínicos, abrangendo também aspectos psicossociais e emocionais do paciente, tornando nosso cuidado mais humanizado. Além disso, essas ações podem reduzir quadros de ansiedade e depressão, melhorar a comunicação interpessoal com a equipe de saúde e o envolvimento da família no cuidado. A gratidão das nossas pacientes e seus familiares por esse pequeno gesto de cuidado é engrandecedor para toda nossa equipe”, afirma.
A enfermeira Kleonita Sales, que atua na UTI, foi uma das profissionais que aderiu ao projeto e já o colocou na rotina dos cuidados. Os itens, como presilhas e pentes, são de uso pessoal e intransferível. Ela lembra que começou fazendo alguns penteados básicos, arrumando o cabelo. O gesto já teve retorno que aqueceu o coração da profissional.
“Um dia tive um contato e um parente de um paciente chegou e falou como aquela familiar estava bonita e eu me emocionei. O familiar vê primeiramente o rosto do paciente, então é fundamental esse cuidado. Outra vez, ela conta que comprou umas presilhas para colocar em uma paciente que estava entubada. Antes desse procedimento, ela escolheu as próprias presilhas e quando o familiar chegou comentou com a profissional e ao saber que a própria escolheu o item, se emocionou”, recorda.
Para ela, o gesto de atenção serve também para trazer momentos de afeto para um ambiente que costuma ser mais pesado. “A UTI é um ambiente que muitas vezes a vida está em uma situação delicada e, de alguma forma, melhorar a vida de alguém é muito gratificante. É preciso enxergar o lado humano do paciente. Ter um zelo, um cuidado. Eu tenho comigo e penso que gostaria que também tivessem com outras pessoas. Hoje a equipe se engaja e ajuda nesses momentos”, destaca.
O coordenador médico da UTI Adulto, Denison Couto, ressalta que o olhar vai além do tratamento farmacológico, mas também no quesito humano na assistência ao paciente. “É mais um projeto que vai ao encontro da humanização da unidade. Esse cuidado traz uma melhoria na autoestima do paciente e no contato com o familiar. Isso faz com que tenha uma repercussão positiva, inclusive na resposta do paciente a alguns tratamentos”, finaliza.
