Desde abril de 2024, ecobarreiras instaladas no Riacho Severo, entre Fortaleza e Caucaia, têm evitado que cerca de 40 toneladas de resíduos cheguem ao mar. As estruturas flutuantes retêm diversos materiais descartados irregularmente, como plásticos, eletrodomésticos e até carcaças de animais.
A iniciativa é fruto de uma parceria entre a organização social Kite for the Ocean (K4TO), vinculada ao Instituto Winds for Future, e as prefeituras de Fortaleza e Caucaia. O gestor de sustentabilidade da K4TO, Andre Comaru, explica que a metodologia da barreira foi totalmente desenvolvida pela equipe da instituição, garantindo eficiência e adaptação às condições locais. “Nossa missão é unir kitesurfistas do mundo todo e proteger o oceano”, ressalta.
A coleta dos resíduos ocorre diariamente, com o material sendo separado para destinação correta: 50% segue para aterros sanitários, 10% é doado a catadores e 40% é encaminhado para coprocessamento na indústria cimenteira. Segundo Comaru, a organização busca parceiros para expandir essa última etapa do processo.
A Prefeitura de Fortaleza planeja ampliar o projeto, conforme anunciado pelo Instituto de Pesquisa e Planejamento (Ipplan). Neste mês, um acordo de cooperação técnica deve viabilizar a instalação de novas ecobarreiras na cidade. Além disso, a K4TO foi contemplada em um edital da ONG Oceanic Global e instalará mais nove estruturas, totalizando dez barreiras que poderão impedir anualmente a chegada de 300 toneladas de lixo ao oceano.
Durante o período de chuvas, o volume de resíduos retidos nas ecobarreiras aumenta significativamente. Em alguns dias, até 2 toneladas de lixo são barradas, tornando o monitoramento essencial para manter a eficácia da estrutura. “Apesar dos desafios, nossa ecobarreira tem apresentado excelente desempenho, mesmo sob condições extremas”, destaca Comaru.