Um novo voo trazendo 116 brasileiros deportados dos Estados Unidos deve pousar na manhã desta sexta-feira, dia 28, em Fortaleza conforme informações do Ministério dos Direitos Humanos. Essa é a quinta aeronave transportando repatriados desde o início do segundo mandato de Donald Trump. Após o desembarque, um voo da Força Aérea Brasileira (FAB) será disponibilizado para levar os passageiros que desejarem seguir para o Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins (MG).
A operação de recepção conta com equipes dos ministérios da Justiça, Direitos Humanos, Defesa, Relações Exteriores e Desenvolvimento Social, além de representantes da Defensoria Pública da União (DPU), da Secretaria de Direitos Humanos do Ceará (Sedih) e da Secretaria Estadual de Proteção Social (SPS). Desde janeiro, quatro voos semelhantes já trouxeram brasileiros deportados dos EUA, sendo um no primeiro mês do ano, dois em fevereiro e outro em março.
Nos dois voos ocorridos em fevereiro, passageiros denunciaram condições degradantes durante o trajeto, incluindo o uso de algemas e a falta de alimentação por até 12 horas. O primeiro voo do segundo governo Trump, ocorrido em 24 de janeiro, trouxe 158 deportados e deveria pousar em Confins, mas, devido a problemas técnicos, precisou aterrissar em Manaus, onde parte dos passageiros desceu algemada, gerando desconforto diplomático.
Em 7 de fevereiro, outro voo chegou a Fortaleza com 111 brasileiros, sendo esse aeroporto escolhido por estar entre os mais próximos dos Estados Unidos, reduzindo o tempo em que os deportados permaneceriam algemados. Já em 21 de fevereiro, uma nova aeronave trouxe 94 repatriados, incluindo nove crianças e dois idosos, além de dois passageiros com mandados de prisão em aberto. Em 15 de março, o quarto voo transportou 127 deportados, dos quais 10 eram crianças e adolescentes, e dois tinham antecedentes criminais, um por roubo e outro por porte ilegal de arma de fogo.
De acordo com o Ministério dos Direitos Humanos, a operação tem como objetivo oferecer suporte aos repatriados, garantindo assistência para que retornem aos seus estados de origem, facilitação no contato com familiares e, se necessário, oferta de acolhimento temporário.