A Diocese do Crato concluiu a primeira fase do processo de beatificação do padre Cícero Romão Batista. Com início em novembro de 2022, a fase diocesana reuniu mais de 10 mil páginas de documentos sobre a vida, virtudes, escritos e testemunhos relacionados ao religioso. A documentação será enviada ao Vaticano em junho, iniciando a chamada fase romana do processo.
O dia 1º de março marca uma data significativa na história religiosa do Brasil, especialmente para os devotos do Padre Cícero. Segundo relatos históricos, durante uma missa presidida por ele, a hóstia consagrada teria se convertido em sangue ao ser colocada na boca de Maria de Araújo. O episódio foi interpretado por fiéis como um milagre e gerou repercussões intensas, embora não tenha sido reconhecido oficialmente pela Igreja à época.
A fase diocesana reuniu também um capítulo específico sobre graças alcançadas, com cartas enviadas por devotos desde 1934, além de obras literárias e relatos de mais de 60 testemunhas. Todo o material foi microfilmado e digitalizado. Após a fase romana, o padre Cícero poderá ser reconhecido como Venerável, caso suas virtudes sejam confirmadas pelo Dicastério para a Causa dos Santos.
Para a beatificação propriamente dita, será necessário o reconhecimento de um milagre atribuído à sua intercessão. Um segundo inquérito deve ser iniciado, focando na verificação de possíveis milagres com base em relatos de fiéis. Se reconhecido, o padre poderá ser declarado beato.
A devoção popular ao Padre Cícero continua sendo um elemento central em Juazeiro do Norte, no Ceará, onde ele é considerado símbolo de fé. Peregrinações, promessas e orações mantêm viva sua memória e impulsionam o avanço do processo, que poderá culminar com o reconhecimento oficial de sua santidade pela Igreja Católica.